[NOTA: ok, isso, eu fiz eu de improviso, seguindo as regras do excelente Jogo Literário,agora tópico fixo da comunidade CONTOS FANTÁSTICOS,do orkut (valeu, Rubem!)]
INTOLERÁVEL
Dona Guirlanda considerava-se uma pessoa razoável,tolerante. Só não admitia uma coisa: atrasos.
O bule de chá quedava gelado a sua frente; a única companhia, o tique-taque monótomo do relógio de carrilhão. O noivo faltara a mais um compromisso - intolerável!
Irritada, Dona Guirlanda se ergue dolorida do sofá centenário, caminha devagar mas resoluta até o realejo , ao lado do relógio: o mecanismo de controle do computador etérico-mecânico, no qual introduz um cartão amarelado, a fórmula maldita, o reverso satânico do fiat lux físico, e=mc2 revirado num mantra necromântico.
A manivela do realego gira sozinha: o bulé volta a se aquecer, sugando vapor pela boca; na rosa dos ventos do cosmo , norte e sul, leste e oeste mudam de lugar.
Lá fora, frente à porta de vidro, ventos surgidos do nada esculpem uma forma e um corpo apartir do pó: o noivo de Dona Guirlanda, falecido -e atrasado - há sessenta anos.
A velhota ajeita coquete os cabelos da peruca, sorri mesmo quando a porta se abre e o cheiro de sopa de repolho, típico de morto-vivo recentemente animado,agride-lhe as narinas. Sorri e diz:
"Bertoldo, querido, você não mudou nada!"
"Guirlanda, minha cara, você está um lixo."
[ah sim, e só depois de terminado,percebi o quanto isso aqui deve ao já clássico "FILAMENTOS IRIDESCENTES COMO CHUVA DE NEÓN",de TIBOR MORICZ !...
bem,espero q isso aqui se sustente por conta própria - e não seja desrespeitoso à brilhante -'inda q inconsciente- referência]
INTOLERÁVEL
Dona Guirlanda considerava-se uma pessoa razoável,tolerante. Só não admitia uma coisa: atrasos.
O bule de chá quedava gelado a sua frente; a única companhia, o tique-taque monótomo do relógio de carrilhão. O noivo faltara a mais um compromisso - intolerável!
Irritada, Dona Guirlanda se ergue dolorida do sofá centenário, caminha devagar mas resoluta até o realejo , ao lado do relógio: o mecanismo de controle do computador etérico-mecânico, no qual introduz um cartão amarelado, a fórmula maldita, o reverso satânico do fiat lux físico, e=mc2 revirado num mantra necromântico.
A manivela do realego gira sozinha: o bulé volta a se aquecer, sugando vapor pela boca; na rosa dos ventos do cosmo , norte e sul, leste e oeste mudam de lugar.
Lá fora, frente à porta de vidro, ventos surgidos do nada esculpem uma forma e um corpo apartir do pó: o noivo de Dona Guirlanda, falecido -e atrasado - há sessenta anos.
A velhota ajeita coquete os cabelos da peruca, sorri mesmo quando a porta se abre e o cheiro de sopa de repolho, típico de morto-vivo recentemente animado,agride-lhe as narinas. Sorri e diz:
"Bertoldo, querido, você não mudou nada!"
"Guirlanda, minha cara, você está um lixo."
[ah sim, e só depois de terminado,percebi o quanto isso aqui deve ao já clássico "FILAMENTOS IRIDESCENTES COMO CHUVA DE NEÓN",de TIBOR MORICZ !...
bem,espero q isso aqui se sustente por conta própria - e não seja desrespeitoso à brilhante -'inda q inconsciente- referência]
3 comentários:
kkk! Érico, outro dia vi um crítico de cinema (aquele que comenta o Oscar, esqueci o nome) comentando que queria morrer uma morte linda na explosão da Times Square, para depois virar nome em plaquinha em memorial que nem no Ground Zero. Temos que aproveitar isso para fazer um conto. Aliás, aproveite isso.
Achei o seu conto melhor do que o do seu suposto inspirador.
Ah, e que bom ver o penetrália aqui. Logo depois desse post que está aqui ele foi hackeado e mudei para revista cidade sol.
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