segunda-feira, 25 de junho de 2012

[miniconto] O Brechó da Vó


[escrito para o concurso de junho/2012 da comunorkútica Contos Fantásticos - tema: "Fantasia Urbana"]

Todo mundo no velho bairro conhecia o brechó daquela velha senhora, sempre à porta da lojinha, tomando sol, fumando seu cigarrinho, trocando prosa com algum conhecido, recebendo com um sorriso gentil e sem formalidades qualquer freguês novo ou velho: as portas sempre abertas para o interior tomado por um certo cheiro a suor decantado, roupa suja amadurecida, e que não era desagradável, ainda nem todo freguês em potencial o ambiente, uma certa agorafobia de saldos de liquidação de outras épocas . Não havia traço de naftalina naquele ar quase aconchegante.

domingo, 17 de junho de 2012

[miniconto] A la carte



Recém-chegado ao Le Petit Morceau para o início de seu turno de trabalho, François, o maitre, sequer teve para se trocar, convocado às pressas para solucionar uma situação embaraçosa no restaurante.
 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

[micro-tale] kubricks

Stepping beyond the singularity, the astronaut found himself on a long, white corridor, stretching back and forward, functional, all soft, buzzing light and wood paneled doors.
How odd. Nobody at the Spartacus mission commanding center was entirely sure what the transition phase of the Strangelove warp-engine woud feel like, but still...
And then there was the song. muffled, a single, untrained male voice echoing down the halls. Was it... Yes: it was Singing in the Rain.
Walking awkwardly from door to the door, listening carefully, the sound ever clear... There: it stoped, just as the astronaut reached that particular door.
Hesitant: well, perhaps it was some fellow singing in the shower, after all...
At wich moment the door opened to reveal an unshaven, wide eyed man with an axe descending right at the astronaut's face plate.
Screaming, cheaply enough--
“Heeeeere's Johnny!”