segunda-feira, 29 de novembro de 2010

[proposta de game & conto] r.i.p: oitava dentada

RITOS FÚNEBRES (Produção e distribuição)

O plano inicial atrelar a produção e a distribuição do jogo à de uma história em quadrinhos, que serviria como manual de instruções informal e livro de referência do mundo de jogo.



O modelo a ser copiado era o da revista FULL GAMES, ainda que de forma bem mais modesta certamente... um levantamento de mercado, das formas de distribuição desse tipo de publicação mista não foi feito, porém: sua viabilidade permanece uma incógnita, para mim.

A distribuição online...talvez por demanda... parece uma opção mais realista...ainda que se trate, aqui, de uma tentativa de produção de game independente *e* de um gibi independente...

A veiculação online da porção hq tb. parece mais razoável. de fato, todo o processo deveria ser paulatino, uma exploração das possibilidades do "mercado" através do lançamento de histórias em quadrinhos online e de demos técnicas e protótipos de jogabilidade...

Um híbrido "crowdsorcing"/"marketing viral"?: não fosse o fato de que abomino essa terminologia. há uma insinuação de...picaretagem, mesmo, na pouca definição desses termos... Conhece o termo "vaporware"? Pois é.

Um "modelo" interessantíssimo de geração ...ugh...mais um palavrão... "sinergética" nesse sentido é o conjunto da obra de Marcelo Cassaro, na encruzilhada mangá,rpg, quadrinhos, literatura. "modelo" entre aspas, que tenho referências quanto à adoção do "método  cassaro" por outros autores; talvez esse "método" não possa realmente ser reproduzido...

***


Havia um prazer quase transcendente em descobrir que um sanguessuga fodão de primeira ordem também conhecia o medo.

O caixão fora aberto com brusquidão para revelar a forma pálida debatando-se animalesca em suas correntes: os olhos enormes com a mesma fluorescência fantasmagórica dos olhos carniçais, mas com uma intensidade bestail - a boca imensa bordejada de dentes finos e pontudos de ouro maciço: aquela careta demoníaca primordial de peixe dos abismos oceânicos.

A boca imensa escancarada: urrando um pedido ensurdecedor de ajuda.

O bando recuou em massa como se daquela bocarra emanasse um mau-hálito de túmulo, mas era o som: o som que lhes mordia a cabeça e queimava as estranhas.

Tonto, quase desabando - Vlad percebeu um movimento inverso ao dos companheiros, de fora para dentro do círculo protetor: os carniçais haviam perdido o medo instintivo da luz, haviam perdido qualquer fiapo de razão que lhes restasse, respondendo ao apelo desesperado do mestre.

Cegos de tão loucos: incapazes de ver e saber o que faziam, caindo uns sobre os outros em sua correria ensandecida, empilhando-se dentro do círculo de luz que morria, as tochas espalhadas no alvoroço. Vlad zanzava, desviando-se feito toureiro bêbado do avanço senil dos carniçais - despertou duma vez da confusão com urro de dor sem força mas bem claro a suas costas.

Havia uma confusão de dois ou três carniçais caídos sobre Teco, agarrando, mordendo, sem nem mesmo perceber direito a presa. O garoto se debatia de forma quase idêntica à do sanguessuga, que rolava de um lado para o outro na neve, em sua camisa de força de metal, a metro e meio de distância.

Vlad fez menção de correr em socorro do novato - Teco desprendeu um braço, ergueu-o triunfante, segurando com firmeza um objeto ovalado, olhando direto para a cara do líder que se aproximava.

O objeto tinha uma pequena luz verde, que quase de imediato se tornou laranja - piscou por um segundo e dexiou um ponto vermelho e luminoso no lugar.

Vlad já havia se virado ao perceber a ativação da bomba e corria em direção contrário; ouviu nitidamente o berro de Teco as suas costas:

"Esse emprego era uma merda mesmo!"

***

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