(fazendo rabiscos numa velha agenda, tornada caderno de notas; tentando capturar o momento em garatujas - parei, não estava conseguindo:)
Na última vez em que me sentei neste banco, um gato preto, gordo, veio se esfregar - ah, a pura definição de "languidez"- na bolsa que sempre trago comigo, que deixara sossegada, a meu lado.
A bolsa preta; vai ver, pintou um clima, uma identificação espiritual entre gato e bolsa, um lance animal, magnético - quem vai saber. Daí, como bom empata-foda, eu fui e afastei gentilmente o pobre animal.
Agora há pouco (quando comecei a esboçar essa tentativa de crônica em tempo real), um outro gato gordo - dessa vez, um malhado - passeava entre as pernas do banco logo ao lado. Foi fuçar dois pratos de ração - um verde, outro amarelo - e não deve ter achado nada que lhe interessasse:fuçou,fuçou e logo foi embora. Este último gato tinha um furo regular numa das orelhas, sabe.
E eu havia me sentado neste banco para tentar escrever sobre mim mesmo; "pôr os pensamentos em ordem", ou "em dia".
Sabe como é. E, ao invés...
...ei, ó lá, tá passando um beija-flor...!-ih,acabou, já foi.