Há uma mosca no quarto em que escrevo; quando me sento em frente à tela do pc, tento por a cabeça para funcionar, tento descobrir o que fazer...aí então a mosca começa a zunir fracamente em algum lugar do aposento.
Está caída no chão, dá para perceber. Fraca. O zunido é intermitente, mas, parando, sempre volta.
O aposento que uso como escritório ( e que já foi o meu quarto) está bem atulhado. Levanto-me da cadeira, vou até uma caixa de livros, sacudo-a sem convicção, não ouço a resposta da mosca se debatendo, reclamando, volto a meu assento.
Espero a mosca voltar a zunir, agora.
De novo e de novo enquanto bato esse texto (já sei como ele acaba): essa distração regular. Que me justifica, que justifica o texto?
Talvez deva deixar o bicho zunindo, agonizando em paz. No meio de todo esse meu entulho.
Pronto. Decidido. ...mal ouço a pobre criatura agora... Sumiu o zumbido de vez, parece. É. Cabou.
Agora, onde eu estava mesmo?
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